segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Dom Casmurro como fonte de inspiração

Ciúme é o sentimento e a mola propulsora que o escritor Ivan Jaf utiliza em Dona Casmurra e seu Tigrão para fazer uma releitura sutil, sintonizada com nosso tempo e extremamente bem-humorada do clássico Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Na obra de Jaf, que pertence à coleção "Descobrindo os Clássicos", um rapaz chamado Barrão sofre com o ciúme que sente de sua namorada, Pâmela. Desconfiado de traição, o jovem lutador de jiu-jítsu cria situações embaraçosas. Como se fosse pouco, Barrão vai mal na escola e precisa tirar boas notas em algumas matérias, entre elas português. Para tanto, vai precisar ler e escrever a respeito de Bentinho e Capitu, os principais personagens de Dom Casmurro.
A exemplo da dúvida de Barrão em relação a Pâmela, neste romance de Machado uma suposta traição de Capitu com o melhor amigo de Bentinho, Escobar, toma conta do enredo. Traição, aliás, que até hoje é discussão entre acadêmicos e críticos especializados.
"A existência ou não de adultério não faz grande diferença. Atormentado por um ciúme obsessivo, Bentinho separa-se da mulher e do filho, mandando-os para o exílio, e termina a vida solitário e amargo", explica Edu Teruki Otsuka, que assina o ensaio da seção "Outros olhares sobre Dom Casmurro", incluído no final de Dona Casmurra e seu Tigrão.
Segundo Otsuka, a tendência atual da crítica tem sido a de evitar qualquer discussão nos termos do "traiu ou não traiu". Ele observa que grande parte dos estudiosos, inclusive de linhas divergentes, prefere adotar um ponto de vista mais equilibrado, segundo o qual não importa muito que a traição seja falsa ou verdadeira.

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